Caros conterrâneos, o que me move em escrevinhar esta crónica, não é o interesse financeiro nem qualquer outro interesse pessoal, mas sim o interesse colectivo da população de Cortes.
Posto isto, e pensando que já é do conhecimento geral, venho desta forma, falar de um projecto radical para Cortes, como para toda a freguesia de Alvares. Trata-se da constituição da ZIF da Ribeira do Sinhel, que não é mais do que uma Zona de Intervenção Florestal, que consiste no agrupamento de propriedades florestais, às quais é aplicado um Plano de Gestão Florestal (PGF) e um Plano Específico de Intervenção Florestal (PEIF), com vista à defesa, prevenção e promoção dos seus valores .
Em boa hora, o Estado se lembrou de legislar sobre a floresta, tendo como objectivo principal educar os proprietários a cuidar dos seus minifúndios, como acontece na Freguesia de Alvares .
É notório o abandono precoce que os pequenos proprietários da nossa aldeia estão a dar às suas parcelas florestais, correndo o risco delas passarem a baldios, sem dono, e a coitadas de animais selvagens de toda a espécie, prejudicando a povoação, as suas gentes e os seus bens urbanos .
E porquê ?...
A grande maioria das propriedades rústicas da freguesia são pequenas parcelas e aceiros florestais onde abunda o pinheiro, principal riqueza da terra, e muitas de difícil acesso, acabando por não compensar o investimento que os proprietários possam realizar nos seus minifúndios porque, à priori, sabem que não obtêm retorno financeiro. Isto acontece porque trabalham isoladamente. Daí, não obterem a recompensa dos seus investimentos na floresta .
O tempo dos nossos avós já lá vai, pertence ao passado, em que cada um tratava das suas parcelas, trabalhando arduamente para manterem as testadas limpas e cuidadas. Era um trabalho artesanal, feito à mão .
Nos tempos modernos, o tratamento da floresta é feito por máquinas, com pouca intervenção da força muscular do homem, isto é, é um trabalho mecanizado. Hoje, torna-se difícil trabalhar e investir solitariamente porque fica muito caro para as pequenas áreas dos nossos terrenos .
Se queremos a valorização das Cortes e dos seus minifúndios, combater a desertificação da nossa aldeia e da nossa freguesia, e fazer do nosso pinhal a principal riqueza da população residente e não residente, torna-se necessário aderir ao projecto ZIF. O pequeno proprietário só pode ver valorizada a sua propriedade, se integrar projectos como este, de outro modo, o seu minifúndio como está actualmente, não vale nada .
Já existem muitas ZIFs constituídas nas diversas freguesias do país e, a freguesia de Alvares é uma das maiores. Trabalhando em grandes áreas, os investimentos são menores e as nossas propriedades rústicas mais cuidadas e limpas. Temos de olhar para o futuro, que é o dos nossos filhos e nossos herdeiros. Assim, pode ser que eles não abandonem as suas raízes!...
A área mínima para a constituição da ZIF da Ribeira do Sinhel é de 3800 hectares. As propriedades são sempre nossas. A quota anual, por hectare, corresponde a dois maços de tabaco que fumamos a menos. Para bom entendedor, o funcionamento duma ZIF é parecido com o funcionamento de um condominio ou de uma comissão de melhoramentos .
Há que apanhar o comboio ao mesmo tempo que os primeiros aderentes, senão ficamos apeados na sua estação, pois no seu andamento vão querer aderir e os custos vão ser diferentes .
Eng. CARLOS TOMÉ
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